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    A decisão do STF de eliminar a 
    obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão foi 
    celebrada ou lamentada por entidades jornalísticas, de acordo com o 
    entendimento que tinham dessa polêmica questão. O que deve ficar claro é que 
    a sentença irrecorrível adotada na quarta-feira não significa uma redução da 
    exigência de qualidade para o exercício da profissão. Por trás da decisão, 
    há uma inequívoca valorização da formação específica, permitindo que acessem 
    às redações também profissionais especializados em outras áreas, quando eles 
    forem necessários. De alguma maneira, isso já vem ocorrendo na prática 
    jornalística com maior ou menor intensidade, especialmente para coberturas 
    ou análises em áreas em que a experiência  
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    profissional ou qualificação 
    técnica fazem diferença.  
    Jornais e emissoras de rádio e televisão contratam comentaristas esportivos, 
    analistas econômicos ou consultores médicos, entre outros, para dar a suas 
    reportagens e opiniões a credibilidade que tais temas demandam. Pelo mesmo 
    raciocínio, as empresas jornalísticas e as assessorias de imprensa 
    continuarão contratando especialistas em comunicação – ou seja, jornalistas 
    – para as funções em que eles são necessários. É isso que ocorre no mundo 
    todo, eis que a obrigatoriedade do diploma é, em termos globais, mais uma 
    exceção que uma regra.  
 
    A RBS, na condição de um dos 
    maiores empregadores de jornalistas do país, que tem  
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    em seus quadros nada menos que 
    1,2 mil desses profissionais de nível superior, considera que as escolas de 
    Comunicação continuam tendo seu papel social inalterado. Os cursos de 
    Jornalismo mantêm-se como centros indispensáveis para a formação dessa mão 
    de obra especializada, razão pela qual devem buscar crescente modernização e 
    qualificação, em currículos que não podem deixar de contemplar também a 
    ética e a responsabilidade. Profissionais qualificados serão sempre bem 
    recebidos por um mercado de trabalho que evolui e se aperfeiçoa. É por isso 
    que a RBS continuará recrutando seus profissionais prioritariamente nas 
    escolas de Comunicação. O que não cabe mais é a reserva de mercado que fazia 
    do diploma a única alternativa de acesso à profissão. 
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