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    Revolução tecnológica muda perfil e atuação dos mídias  
 
     
    Profissionais da área fazem planejamento estratégico e devem ficar atento às 
    novidades  
Rafael Sigollo  
Com a revolução tecnológica dos últimos 
    anos, principalmente na área de comunicação, novos canais e oportunidades de 
    fazer contato com consumidores surgem a todo momento.  
Para tirar proveito disso tudo e não 
    ficar para trás, é preciso uma equipe de mídia dinâmica, criativa e 
    “antenada”. Para os especialistas, aliás, essas são três características 
    essenciais que os interessados na profissão devem ter. Atuando em sua 
    maioria em agências de propaganda, os mídias, como são chamados esses 
    profissionais, são responsáveis, por exemplo, por todo o planejamento 
    estratégico de uma ação publicitária. A partir de estudos e análises técnicas 
    eles decidem onde, quando e como determinada campanha será veiculada. 
“Há cerca de dez anos trabalhávamos 
    apenas com mídias tradicionais como jornal, rádio e televisão. Hoje temos 
    inúmeras possibilidades de nos comunicarmos com o público-alvo. O perfil do 
    profissional e as responsabilidades mudaram ”, afirma o professor de Mídia, 
    das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), Douglas Miquelof. 
Dentre as novidades mais significativas 
    estão inserções mais segmentadas, por exemplo, em banheiros e aeroportos, 
    além das plataformas digitais como sites da internet – youtube, orkut, 
    second life -, podcasts e celulares. “Ainda que as classes A e B dominem as 
    mídias digitais, a tendência é que a tecnologia se popularize com o passar 
    dos anos. Esse processo já está em andamento”, afirma Miquelof. 
COMPLEXIDADE 
Embora a disciplina Mídia esteja 
    presente no curso de Publicidade e Propaganda, e também Marketing, buscar 
    especialização na área é recomendável para quem quer entrar nesse universo. 
    Para os interessados não faltam cursos, seminários, encontros e palestras. 
“Mostramos a realidade do mercado, com 
    exemplos e casos reais. Treinamos os estudantes desde o início dos 
    processos, até a parte mais técnica, com o objetivo de prepará-lo”, diz o 
    presidente do Grupo de Mídia – São Paulo, Ângelo Franzão Neto.  
Muitos alunos de Comunicação querem 
    trabalhar com criação apenas, às vezes até mesmo por desconhecerem as outras 
    opções. “Uma das áreas que mais absorvem profissionais hoje é a de mídia”, 
    garante Franzão Neto. 
De acordo com o especialista, veículos 
    de comunicação e os próprios anunciantes geralmente contratam mídias para 
    relacionarem-se mais adequadamente com as agências de publicidade.  
Franzão Neto afirma também que a 
    profissão se tornou mais atraente e complexa nos últimos anos, uma vez que 
    os canais de comunicação são alterados quase que permanentemente. “Antes o 
    mais importante era saber negociar e entender de matemática financeira. 
    Hoje, exige-se que o profissional domine línguas, seja bem informado, 
    “plugado” no mercado e conheça entretenimento, esportes, tecnologia, 
    negócios e economia.” 
COMPORTAMENTO 
A planejadora de mídia da McCan 
    Erickson, Gleydes Salvanha, atua há 13 anos na área e comprova este 
    pensamento. Ela se formou em Publicidade, fez um curso de Matemática 
    Financeira e, posteriormente, um MBA em Marketing. “Desde que comecei a 
    trabalhar até hoje, tudo mudou. É um mundo novo”, revela. De acordo com ela, 
    a função está mais valorizada e o planejamento, antes operacional, agora é 
    estratégico.  
“Temos de entender todo tipo de público 
    e acompanhar as tendências. O comportamento do mercado mudou, as pessoas 
    estão abertas a inovações e os mídias também precisam estar na mesma 
    sintonia.” 
A planejadora de mídia afirma que 
    jovens entre 24 e 28 anos estão ganhando cada vez mais notoriedade e espaço 
    na área. Isso porque pessoas nessa faixa etária aceitam melhor as novidades. 
    “Quem trabalha com mídia não pode ter preconceitos nem descartar nenhuma 
    idéia. Quem faz isso pode estar deixando passar uma grande oportunidade de 
    sair na frente, quando perceber, será tarde demais”, diz Gleydes. Mesmo 
    assim, os especialistas concordam que é importante manter um equilíbrio 
    entre faixas etárias. “Os mais experientes conhecem o ritmo do mercado e a 
    arte de negociar, enquanto que os jovens dominam tecnologia e têm um olhar 
    atento quanto às novidades. Uma boa equipe certamente vai ter os doisperfis”, 
    explica Franzão Neto. 
CONVERGÊNCIA 
Uma informação pode ser veiculada de 
    diversas maneiras e servir para todas as plataformas. “A convergência das 
    mídias não é modismo, é um fato”, declara a diretora de mídia da Young & 
    Rubicam Luciana Schwartz. 
De acordo com ela, toda ação que 
    aproxima a mensagem do público-alvo deve ser levada em conta, mas com 
    cuidados. “Cada mídia tem suas particularidades e a mensagem deve entrar em 
    todas, no ambiente característico de cada uma”. O desafio é achar meios de 
    integrar uma ação em todas as mídias de interesse do cliente. “É preciso 
    cada vez mais criatividade para impactar as pessoas e conseguir passar a 
    mensagem de maneira eficiente”, afirma Luciana.  
(SERVIÇO)Site: 
    Grupo de Mídia – www.gm.org.br  
 
    Curso de Midialogia é um dos mais 
    procurados  
Interagir, 
    integrar e atuar em qualquer tipo de mídia. Esse é um dos objetivos do curso 
    de Midialogia, criado em 2004 pela Unicamp. De acordo com o chefe do 
    Departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação do Instituto de Artes da 
    Unicamp, José Armando Valente, a graduação dura quatro anos e forma um 
    profissional moderno e atualizado devido ao desenvolvimento de projetos, 
    iniciação científica e estágio. “Abordamos tecnologia, estética e arte, por 
    exemplo, dando liberdade para que o aluno escolha seu próprio caminho”, 
    explica. Na Midialogia, estuda-se cada meio audiovisual como fotografia, 
    rádio, som, cinema, internet e televisão, assim como suas convergências e 
    divergências. Embora seu reconhecimento ainda esteja sendo estudado pelo 
    Ministério da Educação, o curso é um dos que mais atraem interessados no 
    vestibular. “Nos últimos anos ficamos atrás apenas de Medicina, com média de 
    49 candidatos por vaga”, revela Valente.   | 
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