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    RELAÇÕES INTERNACIONAIS  
     
    Curso oferece formação 
    diversificada 
 
    Política e economia internacional são principais 
    disciplinas; também há espaço para marketing 
DANIELA ARRAIS, COLABORAÇÃO PARA A FOLHA  
Em um mundo cada vez mais interconectado, o 
    profissional de relações internacionais costuma ter papel central em 
    decisões que envolvem instituições, normas, estruturas e processos que fazem 
    parte do sistema internacional. 
“O profissional investiga a interação entre 
    fronteiras governamentais e não-governamentais”, explica Cristina Yumie Aoki 
    Inoue, coordenadora de graduação do Instituto de Relações Internacionais da 
    UNB (Universidade de Brasília), que oferece o curso mais antigo da área, 
    criado em 1974 -segundo o Ministério da Educação, a graduação em RI é 
    oferecida por 96 instituições. 
Durante a faculdade, o estudante tem formação 
    multidisciplinar. “O foco é política e economia internacional, mas o aluno 
    também tem aulas de marketing, gestão de políticas públicas e idiomas 
    estrangeiros”, diz Reginaldo Mattar Nasser, 47, coordenador do bacharelado 
    da PUC-SP. 
Na USP, a formação envolve direito, ciência 
    política, historia e economia. “Não há um perfil profissional muito claro, 
    então tentamos oferecer uma formação que permita ao aluno se movimentar 
    entre as distintas expressões da carreira”, afirma Maria Hermínia Tavares de 
    Almeida, 64, coordenadora do bacharelado da USP. 
Já na ESPM (Escola Superior de Propaganda e 
    Marketing), o objetivo do recém-criado curso é o marketing internacional de 
    negócios. “Queremos formar o diplomata corporativo, que represente o Brasil 
    lá fora”, diz Sérgio Pio Bernardes, 47, diretor nacional da graduação em 
    relações internacionais. 
Quando soube do curso da ESPM, a caloura Camila 
    Carvalho Nakagawa, 18, identificou-se imediatamente. “Sabia que a carreira 
    de relações internacionais era mais ligada à diplomacia, mas a minha área 
    era outra. Eu quero trabalhar em indústrias multinacionais”, planeja. 
Para Camila, o principal atrativo do curso é a 
    formação ampla que ele oferece, responsável por ultrapassar o limite 
    puramente profissional. “Você se torna uma pessoa mais consciente, mais 
    ligada no mundo, pois tem que aprender sobre o cenário político e econômico 
    de países que, até então, você só conhecia o básico.” 
Para Ricardo Camargo Mendes, 30, formado há sete 
    anos pela PUC e hoje diretor-executivo de uma consultoria, o curso é muito 
    geral. 
“O bacharelado dá uma formação, mas não uma 
    profissão. A pessoa precisa se especializar, posteriormente, em determinada 
    área para conseguir emprego”, analisa. 
De acordo com o Censo da Educação Superior feito 
    pelo Inep (instituto de pesquisas do MEC), cerca de 1.500 profissionais se 
    formaram na área no ano de 2005. 
Diplomacia e ONGs 
    são campo de trabalho para os graduados  
COLABORAÇÃO PARA A 
    FOLHA   
A ampla formação oferecida pelos cursos de graduação 
    em relações internacionais permite que profissionais atuem em áreas tão 
    diversas quanto a diplomacia e o terceiro setor. 
Eduardo Cançado Oliveira, 29, optou pela carreira 
    diplomática ainda quando fazia o curso na PUC-SP. Ele prestou o concurso do 
    Instituto Rio Branco -que oferece o Curso de Preparação à Carreira 
    Diplomática- e ingressou no Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty. 
Como um dos secretários do departamento cultural do 
    Itamaraty, Oliveira afirma que ser diplomata não é apenas profissão, mas uma 
    opção de vida. 
“A carreira lhe proporciona conhecer coisas que 
    nenhuma outra permite. Você viaja o mundo inteiro, conhece lugares que você 
    nem visitaria como turista. Além disso, você aprende muito com 
    interlocutores de áreas diversas”, detalha. “Mas você tem que abrir mão do 
    contato intenso com a família, tem que se mudar muitas vezes”, ressalta. 
Isabella Freire, 23, optou por um caminho diferente. 
    Depois de se formar na UNB, ela foi contratada pela ONG em que estagiava. 
No dia-a-dia, Isabella é responsável pelos setores 
    de política ambiental e relações corporativas. “Trabalho com ambiente, é bem 
    gratificante. Apesar de não ganhar tanto quanto no setor privado, tenho 
    certeza de que o trabalho que faço está ajudando o planeta.”  | 
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