Folha de São Paulo, Folhateeen,
segunda-feira, 04 de setembro de 2006
Para se dar bem, engenheiro deve gostar de cálculo
Engenharias química, elétrica e de
computação são áreas em expansão
GUSTAVO FIORATTI
Até quantos centímetros uma ponte pode balançar sem sofrer
danificações? Como a gasolina faz o motor de um carro funcionar? As respostas
para todas essas questões têm base na matemática e na física, e as chances de
se dar bem como engenheiro -a quarta profissão mais procurada em vestibulares
de todo o Brasil no ano de 2004, com 318.163 inscritos- são muito maiores para
quem tem facilidade com números e cálculos.
“O engenheiro precisa ter poder de abstração, olhar uma
ponte, por exemplo, e enxergar ali os cálculos necessários para que ela fique
em pé”, diz José Roberto Castilho Piqueira,
chefe do departamento de engenharia de telecomunicações e controle da Poli
(USP).
“Ainda que um computador hoje resolva
muitos dos cálculos necessários, o engenheiro continua trabalhando
basicamente com cálculo. O pensamento do engenheiro depende de estruturas de
cálculo”, diz Rivana Passo Marino, vice-reitora
do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional
Inaciana).
Mas o engenheiro também deve ter algum conhecimento na área de
humanas, como defende Piqueira. “Engenharia
também carrega questões humanas. Você tem que saber em que contexto
político-social você está levantando uma obra. Se te pedem, por exemplo, para
fazer uma plataforma petrolífera, você, como engenheiro, tem que saber quais as
implicações humanas disso”, diz.
A engenharia de produção, por exemplo, -uma especialização
muito procurada nos últimos anos- trabalha diretamente com questões humanas.
Cabe ao profissional que seguir essa área otimizar a produção de uma empresa,
gerindo recursos financeiros, coordenando pessoal, reformulando a aplicação e
utilização de máquinas da própria linha de produção. São funções
administrativas.
Hoje é possível apontar inúmeras especializações no mundo da
engenharia, das quais se destacam as mais tradicionais: civil, mecânica,
química e elétrica. Mas a formação na faculdade dá uma noção geral de todas as
áreas e o aluno escolhe, ainda durante o curso de cinco anos, matérias
específicas.
Mercado de trabalho
Ainda estão em expansão a engenharia química -por conta da
produção de petróleo, principalmente- a elétrica e a de computação, por conta
do desenvolvimento tecnológico.
Mas, em países em fase de desenvolvimento, como o Brasil, todas
os ramos oferecem boas oportunidades. O importante é não estacionar a formação
na faculdade. “Como a engenharia depende estritamente de tecnologia, é
difícil, mas necessário, uma renovação constante, em todas as áreas, pois
tecnologia muda o tempo todo”, diz Rivana.
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